"Você sabe o que é uma rima?
Veja essa explicação que deu Bela, minha prima.
Não é estranho.
É juntar fome com inhame.
O importante no jogo é não dar vexame."
Inspirado nas perguntas de seu filho de quatro anos, Lázaro escreve através de rimas e trocadilhos um universo infantil de cultura, heróis negros, capoeira e Gilberto Gil.
Para o autor e ator, ainda faltam referências de heróis negros para as crianças, mas o número de livros infantis com essa preocupação está crescendo: "Um pai que esteja atento, que queira que seu filho conviva com a diversidade, hoje consegue achar um bom catálogo na internet"
CRESCER: Como surgiu a ideia do livro?
Lázaro Ramos: Eu já estava com outros livros mais encaminhados do que esse. Mas um amigo meu me contou uma história muito engraçada que me inspirou. Ele estava em um restaurante com a sobrinha dele, e ela perguntou: “o que é virgem?”. Ele foi pego de surpresa e ficou tentando explicar de alguma forma que ela pudesse entender. Só depois é ele que viu que ela tinha perguntado aquilo porque na embalagem do azeite, em cima da mesa, estava escrito “extra virgem”. Nessa mesma época, o meu filho estava me perguntando várias coisas e eu tentava explicar para ele na forma de rima. E assim surgiu a ideia do livro. Pensei em fazer um tipo de dicionário, para os pais explicarem coisas para os filhos de maneira lúdica e poética. Estou feliz de escrever para crianças porque, quando eu lia livros na minha infância, eu não me identificava muito com eles. O meu primeiro livro [A velha sentada, Ed. Uirapuru] eu escrevi para a criança que eu fui. E agora escrevo pensando no que quero que os meus filhos sejam.
Lázaro Ramos: Eu já estava com outros livros mais encaminhados do que esse. Mas um amigo meu me contou uma história muito engraçada que me inspirou. Ele estava em um restaurante com a sobrinha dele, e ela perguntou: “o que é virgem?”. Ele foi pego de surpresa e ficou tentando explicar de alguma forma que ela pudesse entender. Só depois é ele que viu que ela tinha perguntado aquilo porque na embalagem do azeite, em cima da mesa, estava escrito “extra virgem”. Nessa mesma época, o meu filho estava me perguntando várias coisas e eu tentava explicar para ele na forma de rima. E assim surgiu a ideia do livro. Pensei em fazer um tipo de dicionário, para os pais explicarem coisas para os filhos de maneira lúdica e poética. Estou feliz de escrever para crianças porque, quando eu lia livros na minha infância, eu não me identificava muito com eles. O meu primeiro livro [A velha sentada, Ed. Uirapuru] eu escrevi para a criança que eu fui. E agora escrevo pensando no que quero que os meus filhos sejam.
CRESCER: Quanto tempo você levou para criar os poemas?
Lázaro Ramos: Eu não tenho muita disciplina, vou escrevendo quando as ideias surgem. Escrevi o livro ao longo de 4 meses, mas não era todo dia.
Lázaro Ramos: Eu não tenho muita disciplina, vou escrevendo quando as ideias surgem. Escrevi o livro ao longo de 4 meses, mas não era todo dia.
CRESCER: O que inspira você? Como é seu processo de criação?
Lázaro Ramos: Esse foi o primeiro caso em que eu fui organizado no sentido da criação. Primeiro eu escolhi palavras. Fiz uma lista de verbetes que não poderiam faltar, como saudade, amor, pai, mãe. Escolhi também o que poderia ser divertido de escrever. E me forcei a pensar em como eu explicaria tudo isso ao meu filho de 4 anos. Claro que alguns dos verbetes são para crianças maiores. A criatividade foi me levando para outro lugar... Acredito que, quando se faz literatura para crianças, é preciso proporcionar um diálogo entre o adulto que está lendo e a própria criança
CRESCER: Que mensagem você quer passar para o leitor? E qual é o seu poema favorito do livro?
Lázaro Ramos: Eu acho que em cada poema, com seu verbete, tem sua própria mensagem. O meu favorito é também o que me deu mais trabalho: o da morte. Porque a morte é muito difícil de explicar para uma criança. Eu reescrevi muito. Quando eu terminei esses versos da morte, eu fiquei aliviado.
CRESCER: Vêm outros livros por aí?
Lázaro Ramos: Tem outros dois que já estão bem encaminhados: uma para crianças e um para mulheres por volta dos 30 anos. O das crianças não será em rimas. E o das mulheres é super bem humorado, fala sobre autoestima.
CRESCER: Como você concilia sua carreira com a paternidade?
Lázaro Ramos: Como todo e qualquer pai. Tem uma regrinha lá em casa, há alguns anos, sobre o seguinte: momento de lazer é para estar com os filhos e desfrutar da companhia deles. E estar com eles é muito bom. Não é complicado conciliar, porque a qualidade que temos com eles é muito grande. Eles nunca estão sem algum membro da família por perto. Para a gente isso é muito importante, e é possível porque contamos com a presença dos avós deles, que são aposentados. Algumas famílias não têm essa possibilidade.
Lázaro Ramos: Esse foi o primeiro caso em que eu fui organizado no sentido da criação. Primeiro eu escolhi palavras. Fiz uma lista de verbetes que não poderiam faltar, como saudade, amor, pai, mãe. Escolhi também o que poderia ser divertido de escrever. E me forcei a pensar em como eu explicaria tudo isso ao meu filho de 4 anos. Claro que alguns dos verbetes são para crianças maiores. A criatividade foi me levando para outro lugar... Acredito que, quando se faz literatura para crianças, é preciso proporcionar um diálogo entre o adulto que está lendo e a própria criança
CRESCER: Que mensagem você quer passar para o leitor? E qual é o seu poema favorito do livro?
Lázaro Ramos: Eu acho que em cada poema, com seu verbete, tem sua própria mensagem. O meu favorito é também o que me deu mais trabalho: o da morte. Porque a morte é muito difícil de explicar para uma criança. Eu reescrevi muito. Quando eu terminei esses versos da morte, eu fiquei aliviado.
CRESCER: Vêm outros livros por aí?
Lázaro Ramos: Tem outros dois que já estão bem encaminhados: uma para crianças e um para mulheres por volta dos 30 anos. O das crianças não será em rimas. E o das mulheres é super bem humorado, fala sobre autoestima.
CRESCER: Como você concilia sua carreira com a paternidade?
Lázaro Ramos: Como todo e qualquer pai. Tem uma regrinha lá em casa, há alguns anos, sobre o seguinte: momento de lazer é para estar com os filhos e desfrutar da companhia deles. E estar com eles é muito bom. Não é complicado conciliar, porque a qualidade que temos com eles é muito grande. Eles nunca estão sem algum membro da família por perto. Para a gente isso é muito importante, e é possível porque contamos com a presença dos avós deles, que são aposentados. Algumas famílias não têm essa possibilidade.
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