quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Biblioteconomia, Bibliotecário e Muito Mais que Somente Livros

Quem é o Bibliotecário?

O bibliotecário é o profissional que domina técnicas de classificação, organização, conservação e divulgação do acervo de bibliotecas ou centros de documentação. 

Também trabalha como um administrador de dados, que processa e divulga a informação. Ele cataloga e armazena as informações e orienta na busca e seleção. Analisa e organiza livros, revistas, documentos, fotos, filmes e vídeos. 

É de sua responsabilidade planejar, implementar e gerenciar sistemas de informação, além de preservar os suportes (mídias) para que resistam ao tempo e ao uso. 



 
PROCURAM-SE BIBLIOTECÁRIOS
Lei federal sancionada em 2010 torna obrigatória a instalação de uma biblioteca com pelo menos um livro por aluno em todas as instituições de ensino públicas e privadas do país até 2020. Hoje, porém, apenas 35% das escolas conta com bibliotecários. 

Para atender à demanda por esses profissionais, será necessário quadruplicar a oferta de trabalho – para ter uma ideia, hoje há 34 mil bibliotecários no país e 192 mil escolas da educação básica. 

A rede particular de São Paulo é a menos equipada com bibliotecas, demonstrando a carência deste profissional. Uma boa notícia para um mercado que cresce também por causa do surgimento de novas tecnologias, como as bibliotecas digitais.



E o Mercado de Trabalho?

Para que se cumpra integralmente o disposto na lei federal de 2010, será necessário formar mais de 160 mil novos bibliotecários nos próximos seis anos. Só isso já é um indicativo da alta temperatura do mercado de trabalho para o graduado em Biblioteconomia. 

O cenário melhora, ainda, com a expansão no número de instituições federais de ensino superior, que leva à criação de novos campi no interior do país. 

Por fim, o bibliotecário se beneficia das transformações em sua atuação profissional. "Se antes trabalhava apenas com suporte e livros, hoje ele lida com informação de maneira geral, sobre qualquer suporte - o que aumenta exponencialmente seu mercado", afirma César Antônio Pereira, diretor da Faculdade de Biblioteconomia da PUC-Campinas

Nesse aspecto, tem destaque o trabalho com suportes eletrônicos, virtuais e digitais, especialmente na área de repositórios institucionais (sistemas de informação de instituições de ensino e pesquisa), ainda carente de profissionais no Brasil. "Nos últimos anos, houve ainda aumento significativo na oferta de concursos públicos." 

A maior concorrência está nas grandes capitais do Sul e do Sudeste. Mas a expansão das universidades federais no interior do país abre oportunidades na Região Norte, particularmente nos estados de Rondônia, Acre e Pará. No setor público, Brasília oferece o maior número de vagas.


 


Mas onde o Bibliotecário atua?

Em bibliotecas públicas, escolares ou particulares, centros de documentação, arquivos, museus, centros culturais, editoras, provedores de internet, ONGs, clubes e associações. Nos últimos tempos, a atuação do profissional de biblioteconomia tem se voltado cada vez mais para a criação e a manutenção de arquivos digitais e para a montagem de bancos de dados em computadores, empregando para isso os sistemas de informática e a internet. O licenciado está apto a dar aulas no ensino técnico para formar bibliotecários.


O Curso? 

Nos bacharelados, as disciplinas básicas incluem língua portuguesa, inglês, história e literatura. Entre as específicas, história do registro da informação, história social do conhecimento e das bibliotecas, formação de leitores, indexação, serviços de provisão e de acesso e arquitetura da informação. 

O curso tem, ainda, aulas de introdução à economia e à contabilidade e marketing. Com essas matérias, o estudante adquire o conhecimento necessário para montar sistemas de organização e de acesso aos dados. O estágio curricular é obrigatório e exige-se, ainda, uma monografa de conclusão de curso.

Duração média:
 4 anos.

Outro nome:
 Ciên. da inf. e da Documentação e Biblioteconomia.


Análise da informação

Avaliar, selecionar, classificar e indexar livros, documentos, fotos, partituras musicais, fitas de vídeo e de áudio e arquivos digitais.


Gestão de serviços de informação

Planejar, organizar e administrar unidades, redes, bibliotecas, museus, sistemas e serviços de documentação e informação localizados em centros de pesquisa, centros de documentação, centros culturais e arquivos pessoais e de jornais e meios de comunicação, entre outros.


Consultoria e coordenação

Coordenar a formação do acervo, o arquivamento dos documentos e sua conservação em empresas, banco de dados e instituições públicas.


Ensino

Com a licenciatura, dar aulas no ensino técnico-profssionalizante.


Gestão do conhecimento

Desenvolver e gerenciar mecanismos para sistematizar o conhecimento acumulado dentro de uma organização, seja uma empresa, uma ONG’s, uma instituição educacional ou uma associação, estimulando, assim, sua divulgação.


Normatização

Montar bases de dados e fazer sua manutenção recorrendo ao emprego de normas internacionais, como a isso (international organization for standardization).

Mas o Mercado ainda precisa desse profissional?

Além de ter de construir 25 bibliotecas por dia, o Brasil terá de, pelo menos, formar oito vezes mais bibliotecários até 2020. Lei aprovada no fim de maio determina que toda escola precisará de um acervo administrado por especialista.

Segundo o movimento Todos pela Educação, hoje existem 21,6 mil profissionais habilitados e 200 mil escolas de educação básica. Uma conta simples mostra um abismo de, pelo menos, 178,4 mil bibliotecários. 
Mas o número pode ser muito maior: poderá ser necessário haver mais de um bibliotecário por escola, e nem todo bibliotecário já habilitado trabalha em escolas. 

"Os sistemas de ensino do País deverão desenvolver esforços progressivos para que a universalização das bibliotecas escolares, nos termos previstos nesta Lei, seja efetivada num prazo máximo de dez anos, respeitada a profissão de Bibliotecário", diz a lei aprovada por Lula.

Duas leis federais determinam que só formados em Biblioteconomia podem trabalhar como bibliotecários. Os cursos de Biblitoeconomia duram, em geral, 4 anos e são oferecidos pelas grandes universidades públicas do país.


E a importância das bibliotecas


Os livros são totalmente importantes na formação cidadã e cultural das pessoas, mas nem todos sabem que as bibliotecas possuem as ferramentas necessárias para este meio. O Amazonas, ao contrário de muitas cidades do País, conta com uma grande quantidade de espaços dedicados à leitura. A reportagem do BEM VIVER conversou com três escritores da cidade para saber qual a importância da biblioteca nas suas carreiras e vidas.
Zemaria Pinto, escritor e poeta com mais de 30 anos de atividade, apesar de ter sido criado numa casa sem livros, como ele próprio relatou, encontrou nas bibliotecas o universo prazeroso da literatura. “Fui criado numa casa sem livros. Eu lia em bibliotecas do Estado e de colégios onde estudei, como o Ruy Araújo e o Estadual. No nível médio, também frequentava a biblioteca pública do Estado, que fica na rua Barroso (Centro). Elas foram fundamentais na minha formação. Sem elas, eu não seria um leitor”, garante Pinto, recordando ainda que o primeiro livro que leu em sua vida foi “O tronco do Ipê”, de José de Alencar, mas que não gostou muito do enredo da história.
“É uma obra muito romântica, simples, onde tudo dá certo. Acho que já era um pouco punk à época, por isso aquilo não me agradou”, explicou o escritor, complementando que ao ler “São Bernardo”, de Graciliano Ramos, se encontrou e desde lá não parou de aprofundar ainda mais seu hábito de ler. “Ela mostra a miséria em outras dimensões, níveis. A miséria no Nordeste continua muito forte, infelizmente”, explicou o poeta, ao falar sobre o conteúdo de “São Bernardo”.
Descoberta
“Rato de biblioteca” declarado, o escritor Elson Farias contou que durante sua infância e juventude ia com frequência em bibliotecas dos municípios de Parintins e Manicoré. Já em Manaus, seu “point” era a biblioteca pública do Estado e a municipal João Bosco Pantoja Evangelista. No entanto, seu contato com os livros veio de casa. “Eu nasci num roseiral, no interior de Itacoatiara, e na minha casa tinha uma pequena biblioteca e lá foi o meu primeiro contato”, declarou o autor de “Barro verde”.
Ainda de acordo com Farias, é de extrema importância que em todos os municípios do Amazonas e nos bairros de Manaus haja uma biblioteca, com sistema de empréstimo de livros e acervo atualizado. “A gente aprende muito lendo e até hoje leio bastante”, salientou o imortal da Academia Amazonense de Letras (AAL).
Para Pinto, é necessário encarar que houve mudanças na forma de encarar a biblioteca e, por isso, é importante investir mais em publicações digitais, que possam permitir, por meio da Internet, o uso de livros em outra escala. “É claro que o livro de papel tem uma grande saída, mas o livro digital veio mudar muitos conceitos”, defendeu.
Mundo digital
A jovem escritora Priscila Lira, de 22 anos de idade, autora de “Manual de feitiçaria”, acredita que as bibliotecas digitais vieram diminuir as distâncias entre leitor e obra. “Hoje eu posso ter acessos a bibliotecas de outros países. Isso é algo muito importante para quem trabalha com pesquisa, para quem gosta de conhecer coisas mais alternativas e que não estão no mercado editorial. Essas bibliotecas digitais vieram encurtar essas distâncias geográficas”, afirmou Priscila, que ama o ambiente da biblioteca.
“Uma das coisas que aprendi com meu contato foi a me familiarizar com os livros. Sua relação com os livros muda quando você frequenta a biblioteca. A pessoa se familiarizar com o objeto do livro, porque acaba manuseando muitos. É importante que as pessoas possam ter esse acesso físico. Na biblioteca, eu conheci Shakespeare, Dante, Chico Buarque, coisas que ninguém me mandou ler. Estava passeando pelas estantes e decidi lê-los”, contou a escritora, que durante anos se “deliciou” com os títulos presentes na biblioteca do extinto Centro Federal de Educação Tecnológica do Amazonas (Cefet-AM), hoje Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam), onde estudou durante alguns anos.

Compartilhado de: http://guiadoestudante.abril.com.br/ e http://acritica.uol.com.br/

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