Exercer quaisquer atividades que permitam facilitar o caminho entre a pergunta e a resposta. Essa é a principal função do bibliotecário, que tem seu dia celebrado neste sábado. A definição é do professor Luis Augusto Milanesi, chefe do Departamento de Informação e Cultura da USP (Universidade de São Paulo).
“Por enquanto a Biblioteconomia está conectada a um núcleo que busca tornar claros todos os dispositivos e recursos que organizem as informações de tal forma que permita às pessoas encontrar o que elas procuram”, afirma o professor da USP.
Dessa maneira, na faculdade, os alunos compreendem a importância da informação para o desenvolvimento e progresso da sociedade. “Aprendem a gerenciar a informação, a organizá-la e a disseminá-la de modo a apoiar a produção de conhecimento em variadas esferas sociais, industriais e de governo, quer seja por meio de unidades de informação físicas, virtuais, eletrônicas ou digitais. Ao ingressar no curso de Biblioteconomia o aluno irá aprender sobre uma profissão milenar, que utiliza a informação como recurso para o desenvolvimento humano”, explica o professor César Antônio Pereira, diretor da Faculdade de Biblioteconomia da PUC (Pontifícia Universidade Católica) Campinas.
Diferentemente do que se sugere o nome, um bibliotecário, no entanto, pode trabalhar muito além do espaço da biblioteca. “Museus, editoras, livrarias, centros culturais, religiosos, oficinas, salas de leitura e de lazer, galerias de arte, brinquedotecas, gibitecas, cinematecas, pinacotecas e videotecas. Além do mais, pode atuar em empresas e instituições públicas e privadas, hospitais, núcleos de editoração e redação, realizar consultoria e assessoria a empresas e instituições de pesquisa”, conta Pereira.
O espaço é tão amplo que, segundo Milanesi, os anúncios de emprego nunca mencionam que estão à procura especificamente de um bibliotecário. “Mas de fazeres profissionais que gravitam em torno da palavra informação.”
Ao contrário do que se pode pensar, a tecnologia é grande aliada do profissional. “Pois permite maior inserção das unidades de informação, bibliotecas e centros de informação na sociedade, independentemente do posicionamento geográfico. Intensificou também a atuação do bibliotecário nos espaços virtuais, como internet e intranet, na gestão de serviços de informação e na avaliação de conteúdos em bibliotecas digitais”, conta o professor da PUC-Campinas.
Profissionais destacam atualização constanteAssim como qualquer outra atividade, não adianta se formar na faculdade e parar por ai. O bibliotecário precisa estar em constante atualização profissional. Aqueles que trabalham em bibliotecas, sejam públicas ou dentro de escolas e faculdades, devem tem conhecimento desde os livros mais vendidos do momento até as novidades sobre as regras de direitos autorais. Na região, são 37 estabelecimentos municipais, além de espaços para troca-livros.
“É um profissional que precisa gostar de trabalhar em equipe, de organização e tecnologia e ser disciplinado. Além de ser interessado e procurar se aprimorar e atualizar sempre”, conta Tânia Aparecida da Silva, bibliotecária da Fainc (Faculdades Integradas Coração de Jesus) de Santo André, onde atua há 28 anos e também ministra cursos específicos sobre a área.
A entrada de Tânia no meio de livros, base de dados e catalogação, no entanto, foi por acaso. Após se formar no magistério foi selecionada para trabalhar na biblioteca da faculdade. “Me apaixonei. Comecei como auxiliar e no ano seguinte já entrei no curso de Biblioteconomia. Tinha a teoria nas aulas e a prática no dia a dia. Logo depois terminei também a pós. Hoje sou responsável pela biblioteca da faculdade e do colégio.”
Outra apaixonada pela profissão é Ana Maria Guimarães Rocha, responsável pelos sistemas de bibliotecas de São Caetano, além de coordenar a Biblioteca Municipal Paul Harris, uma das mais antigas do Grande ABC, com 61 anos. “Comecei como escriturária, fui encarregada e, depois que tive noção do que era ser bibliotecária, fui fazer o curso. Hoje, com 21 anos de profissão e pós-graduada, estou na minha praia.”
Segundo Ana Maria, um de seus maiores desafios profissionais atualmente é resgatar o hábito de leitura de todas as faixas etárias. “A família, escola e a biblioteca precisam unir forças e aproveitar a fase da descoberta da leitura para resgatar esse costume. Só quem lê e tem o entendimento daquilo que está lendo tem o poder de ser crítico e formar opinião. Do contrário, vira massa de manobra.”
Para isso, a biblioteca de São Caetano realiza atividades para crianças, adultos e idosos. “Além de visitas monitoradas com as escolas, temos contação de história, saraus no período noturno, oficinas, atividades na Academia Popular de Letras. Procuramos conhecer a comunidade para, aos poucos, aproximá-la da biblioteca”, finaliza.
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